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A mentalidade anticapitalista: por que algumas pessoas odeiam o capitalismo? | InfoMoney

Anticapitalismo

* Por Juliana Pais Monteiro

RESENHA DO LIVRO: MISES, Ludwig von. A Mentalidade Anticapitalista.

Apesar do livro A mentalidade Anticapitalista ter sido escrito por Mises no século XX continua sendo uma obra muito contemporânea. Nesse livro o autor, líder da Escola Austríaca, aborda de maneira curta e objetiva os motivos do sistema capitalista ser tão criticado por alguns grupos.  Os exemplos usados pelo autor liberal que fazem referência a época em que foi redigido, podem ser facilmente aplicados no contexto atual.

O autor introduz o livro com a seguinte frase “O sistema de lucro torna prósperos aqueles que foram bem-sucedidos em atender as necessidades das pessoas, da maneira melhor e mais barata possível. A riqueza somente pode ser conseguida pelo atendimento ao consumidor”. Essa é uma descrição de como funciona o capitalismo, um sistema complexo e meritocrático que garante a igualdade de todos os indivíduos perante a lei e é pautado pela descentralização da tomada de decisões a partir da propriedade privada.

Mas qual o motivo desse sistema, ser tão odiado e demonizado por muitos grupos? Mises elenca cinco grupos sociais e suas respectivas razões por odiarem o capitalismo:

  • Aqueles que tem suas ambições frustradas, que não atingiram seus desejos e invejam aqueles que possuem cadeiras importantes dentro de organizações ou empresários bem sucedidos. Essa parcela de ressentidos culpa o sistema capitalista pelo seu insucesso já que precisam justificar seu fracasso.
  • Os intelectuais, na maior parte defensores do socialismo, que por terem uma formação diferenciada, recebido prêmios e publicado artigos e etc acreditam ter intelecto superior à média e não suportam o fato de pessoas intelectualmente desfavorecidas, como por exemplo jogadores de futebol, terem mais reconhecimento público e financeiro. Ayn Rand chama esse fenômeno de a Era da Inveja, onde o indivíduo é atacado por suas virtudes e não por suas falhas. Por trás da máscara desses intelectuais se esconde um mini ditador que acredita que seus ideais e suas crenças são a verdade e que todos deveriam seguir sua cartilha. E detestam o capitalismo porque não compreendem o sistema e não geram ou geram pouco valor a população, além de possuírem pouco conhecimento sobre economia. Mas quando galgam posições políticas a máscara do intelectual cai e aflora o seu lado nada “socialista” e democrático.
  • O grupo dos trabalhadores de “colarinho branco” que também fazem parte dos grupos sociais anticapitalistas, que atuam em funções administrativas e creem serem insubstituíveis e essenciais ao funcionamento das corporações, mas são os primeiros a serem desligados em detrimento daqueles com funções mecânicas e essenciais a produção.
  • Segundo Mises, o quarto grupo anticapitalista são os “primos”, de fato, os primos, filhos ou irmãos dos empresários de sucesso de famílias ricas. Também conhecidos por serem herdeiros que não foram preparados para o trabalho ou ficaram de fora do planejamento sucessório, acabam inclinando-se a movimentos pró-Estado, entrando em conflito financeiro e ideológico com o “primo” que carrega a empresa nas costas em prol de um “bem social”. A roteirista Petra Costa, que produziu o documentário Democracia emVertingem é a perfeita “prima”, ou melhor, neta, de Gabriel Andrade da construtora Andrade e Gutierrez, que recebe uma bela mesada provinda da iniciativa privada bem sucedida do avô e mesmo assim sustenta a bandeira socialista. Hipocrisia?
  • O quinto e último grupo anticapitalista são os artistas da Brodway/Hollywood, ou os artistas da Globo, como o Wagner Moura que se auto rotula esquerdista. A economia coletivista (marxista) já foi desacreditada por completo, enquanto a encomia individualista (capitalista) nunca foi. Além de dependerem da Lei Rouanet para se financiarem as custas do governo, muitos artistas se dizem de esquerda por “motivações ideológicas” vindas de lavagens cerebrais marxistas que enganam parecendo ser lindas na teoria e provadas que não funcionam na prática, além da maioria ser leiga em economia. Até mesmo porque o comunismo é uma má ideia na prática, não existe dicotomia entre prática e teoria, se na prática a teoria não funciona, ela é ruim. Ignoram os rombos e roubos em mandatos de esquerda no Brasil embasados no discurso hipócrita da defesa das “conquistas sociais” quando na realidade os mais prejudicados pela roubalheira da era PT são os mais pobres, com a inflação, queda de renda e desemprego.

Os anticapitalistas são a favor de um estado grande, que banque subsídios, que controle a imprensa, escolas, gerencie empresas, controle preços de mercadorias, moeda etc. Querem serviços “de graça” bancados pela arrecadação de impostos. Não entendem que na economia de mercado não existe a relação causal de uma pessoa enriquecer as custas de outra empobrecer. Pelo contrário, o capitalismo permite a mobilidade social, eliminou o sistema de castas, na qual as pessoas já nasciam com seu destino definido sem possibilidade de mudança, e ainda permite a ascensão do indivíduo que se torna soberano nas suas escolhas de consumo.

A desigualdade social é vista como um problema para esses grupos, quando a pobreza deveria ser vista como o problema a ser resolvido. Graças ao capitalismo temos exemplos como Jeff Bezos que criou um modelo de negócio, a Amazon, no qual consegue atender as necessidades das pessoas de maneira melhor e mais barata que outros modelos de negócio. É uma relação win-win, o cliente compra produtos mais baratos e com um serviço melhor, e o proprietário da empresa, no caso Jeff Bezos, se torna próspero e bem sucedido por servir melhor as necessidades de seus clientes.

Em suma, indico a todos, e principalmente aos grupos anticapitalistas, que leiam “A mentalidade anticapitalista” para terem mais conteúdo e argumentos para debater sobre o tema, e não alimentar o discurso do ódio sem embasamento ou porquê foram influenciados por alguma celebridade ou Fake News.

 

*Juliana Pais Monteiro é Associada do IFL – SP, atua há 6 Anos na Rede Monteiro, Rede de Postos de Combustível como Gerente de Operação e Marketing. É Pós Graduada em Finanças pelo Insper e Bacharel de Administração de Empresas pelo Insper.

Fonte: A mentalidade anticapitalista: por que algumas pessoas odeiam o capitalismo? | InfoMoney